Letras e Ciências Sociais aprovam projetos no PET/Conexões de Saberes
por Alerrandre Barros
Na primeira semana de outubro, a UFRRJ foi destaque no Programa de Educação Tutorial, o PET, do Ministério da Educação (MEC). Sete dos nove projetos enviados para o Edital MEC/SESu/SECAD foram contemplados: Letras e Ciências Sociais, do ICHS; Geografia e Pedagogia, do IM; Matemática, do ICE; Engenharia Florestal, do IF; e Medicina Veterinária, do IV. O PET apóia atividades acadêmicas que integram ensino, pesquisa e extensão.
Sob a orientação de um professor-tutor, os “petianos”, alunos participantes do programa, realizam atividades extracurriculares e complementares à formação acadêmica. Estudantes e tutores recebem bolsas de pesquisa.
|
Mario Newman/arquivo pessoal |
Mário Newman, tutor do PET de Letras, informa que neste ano o programa trouxe uma nova modalidade, o PET/Conexões de Saberes. União de dois programas existentes. O professor explica que a novidade surgiu para democratizar a participação de estudantes nos projetos financiados pelo governo. “No PET regular, por exemplo, os alunos selecionados devem ter o CR (Coeficiente de Rendimento) igual ou maior que 7. Este requisito impede que alunos com rendimento menor possam participar”, explica Newman.
O tutor do PET Ciências Sociais, professor André Videira, acrescenta que o edital em 2010 ofereceu 300 vagas para a criação de grupos PET em todo país. Dessas vagas, 150 para o PET regular e 150 para o PET/Conexões de Saberes, este voltado exclusivamente para estudantes de graduação oriundos de comunidades populares, quilombolas e indígenas. “Tem uma diferença importante nesse edital que faz com que o programa não seja apenas um PET de Ciências Sociais ou um PET de Letras, por exemplo. Esse edital trouxe uma nova lógica de organização dos grupos PET, que não está vinculada aos cursos de graduação, mas ao atendimento de certos grupos sociais específicos que vinham sendo alvo de políticas em educação”, diz o professor.
As atividades do PET de Letras da Rural iniciam em dezembro com o apoio de cursos como Comunicação Social, Medicina Veterinária e Educação Física. Os “petianos” participarão de oficinas de texto, de língua estrangeira, de blogs, de filmagem e fotografia, entre outras. Eles serão treinados para desenvolverem atividades sociais e culturais em escolas e postos de saúde do município de Seropédica, mas, também, com prospecção para suas comunidades de origem. “O programa nunca para! O aluno tem uma carga horária a cumprir e precisa desenvolver diversas atividades. A intenção é que durante as férias, eles desenvolvam também, atividades em suas comunidades”, explica Mário Newman.
Desde 2002, André Videira estuda comunidades quilombolas da região Sul do Estado do Rio de Janeiro. Ele aproveitou a presença de estudantes dessas comunidades na universidade para compor as pesquisas e o projeto PET/Conexões de Saberes de Ciências Sociais. “O objetivo principal do nosso PET é inserir esses alunos em pesquisas sobre seus próprios contextos e produzir uma reflexão na universidade sobre educação intercultural”. Os “petianos” passarão pelo que o professor chama de “tempo escola” e “tempo comunidade”. No “tempo escola” eles participarão de grupos de pesquisa do Núcleo de Análises de Políticas Públicas (NAPP/UFRRJ)2, grupos de estudos e mini-cursos. No “tempo comunidade”, produzirão vídeos sobre as memórias da comunidade – serão treinados em oficinas de gravação e edição de vídeo. Serão responsáveis por fazer um “diagnóstico participativo” que apresenta as expectativas da população dessas comunidades sobre o desenvolvimento local. Esses alunos participarão também do programa Correspondente Quilombola, com pequenos e regulares relatos dos contextos locais para site de notícias Observatório Quilombola.
Os projetos têm duração de três anos e estão abertos para a participação de estudantes de qualquer graduação. As bolsas, porém, são específicas para os alunos de Letras e de Educação no Campo. Os interessados devem procurar as coordenações dos cursos para informações específicas.